HISTORIA CONCISA URUCURITUBA AM

 

História concisa de Urucurituba é um livro necessário que ajuda a fixar a história de uma comunidade amazônica, resgatando seu passado e lançando luzes sobre o presente. Trata-se de um testemunho importante sobre o processo de ocupação regional e o advento das cidades no Amazonas. Escrito numa linguagem simples, a obra é um painel não só sobre os acontecimentos históricos, mas enfoca igualmente os aspectos culturais, geográficos, antropológicos, amparando-se em pesquisa documental, na memória dos habitantes do lugar e no estudo de material arqueológico.

Com esta iniciativa, José Alberto Neves ajuda a preservar a memória de sua gente, salvando do esquecimento os fatos e experiências históricas que resultaram na criação do município de Urucurituba. Seu livro, além cumprir um papel pedagógico, ajuda no processo de afirmação da identidade dos habitantes do lugar.

Tenório Telles

 

 

-     PARTE I -

HISTÓRIA CONCISA DE URUCURITUBA

 

1               AO LEITOR

Temos sido uma vez ou outra indagados por curiosos, estudantes e intelectuais no intuito de obter uma resposta satisfatória concernente à origem do Município de Urucurituba. A história desta comuna já existe há muito tempo e continua evoluindo e desafiando a quem desejar escrevê-la.

O trabalho que ora apresentamos não tem a menor pretensão de conferir a história deste Município como se fosse a única em sua totalidade. O campo é enorme e requer muito mais pesquisa. Neste sentido queremos tão somente, com muito respeito, oferecer um possível instrumento de informação como objeto de análise dos fatos que mais se projetaram na formação deste Município até aos nossos dias, para que os filhos desta comunidade, desta geração nova e a todos quantos a integram se auto determine numa participação mais ativa e reflexiva pela construção evolucionária de uma sociedade atuante e responsável.

Impossível teria sido a elaboração deste trabalho se não houvesse as fontes necessárias. Para isso recorremos aos arquivos da Prefeitura, onde foi possível encontrar, ainda que parcos, documentos que serviram de subsídios para o desdobramento desta tarefa. Preliminarmente

tomamos como ponto de partida os Topónimos Amazonenses de Octaviano Mello, no qual é encontrado um cabedal de informações sobre a origem das cidades amazonenses, inclusive a de Urucurituba. Consultamos diversos ensaios escritos por voluntários urucuritubenses, relatos preciosos de antigos moradores e a exposição detalhada sobre a fundação da nova sede do Município. Entendemos que seria oportuno incorporar observações sobre os artefatos encontrados na região do Município, pertencentes a povos primitivos de uma antiguidade ainda muito anterior a conquista luso-espanhola.

Esperamos que este modesto trabalho seja útil e de vital importância a todos quantos no dia-a-dia percorrem em busca de saber os fatos que assinalaram a origem e a formação do Município de Urucurituba.

 

José Alberto Neves

 

 

2                ANTECEDENTES HISTÓRICOS

O rio Amazonas tornou-se palco de invasores europeus, tendo como um dos pioneiros dessa conquista o espanhol Francisco Orellana, em 1542, que percorrera o rio em toda sua extensão num insaciável desejo de encontrar o País da Canela e do Eldorado.

Sob o domínio ibérico no território amazônico que compreende hoje os estados da Região Norte, pelo beiradão do rio Amazonas e seus afluentes especialmente em lugares onde já havia nativos, aqui ou acolá foi sendo ocupado pelos lusos. A frente dessa empreitada invasora como era mister, estaria sempre um religioso em nome da fé cristã para catequizar o índio, torná-lo convertido e civilizado. Mas por detrás dessa louvável cortina missionária estaria também a escravidão, a devassa e o massacre de muitos cilvículas, não só pelas doenças epidêmicas trazidas pelo europeu, mas também pela fúria de arcabuzes e pistolas.

Por volta do século XIX a população nativa no Amazonas já demonstrava bastante declinada. Era visto, no entanto,o desenvolvimento de uma sociedade miscigenada produto do cruzamento luso com as índias. E assim foram surgindo lugarejos, vilas e cidades ribeirinhas pelo Amazonas e seus afluentes.

 

3                PRIMEIRIO MOMENTO: NASCIMENTO E EVOLUÇÃO DO

MUNICÍPIO DE URUCURITUBA.

Não foi muito diferente o que veio acontecer na segunda metade do século XIX à margem direita do rio Amazonas a leste de Urucará, chegando ao massapé numa das ilhas do arquipélago Tupinambarana o mestiço Aniceto da Costa que passou a fazer o cultivo da terra abrindo roçado para o plantio de mandioca, fumo e principalmente cacau. Em 1881o sítio de cacaueiros já era por assim dizer bem adulto e produtivo a boa colheita, cujo local passou a ser chamado Urucuri, nome dado pelo proprietário, pois naquelas redondezas havia em abundância essa palmeira. Muito individado, o caboclo Aniceto obrigou-se a passar o imóvel por conta da dívida ao cidadão Felipe da Cunha Meninéa, e este, posteriormente ao abastado comerciante Benedito Francisco do Amaral. Naquelas paragens com a facilidade que tinha em lidar com os caboclos adquirindo produtos da flora e da fauna, bichos de casco, peixe seco, principalmente o pirarucu em troca com mercadoria, Amaral transforma o sítio em povoado. Amaral foi quem ergueu a primeira igreja da localidade, tendo como padroeira Nossa Senhora da Conceição. Porém, numa de suas freqüentes visitas ao povoado o padre José Henrique Felix da Cruz Dácia, habilidosamente conseguiu convencer Amaral, substituindo o nome da padroeira por São José, santo do seu nome. O padre, deputado provinciano, através de um projeto em 1887 transformou o povoado denominando-o de Freguesia de São José de Urucurituba. Poucos anos depois o sítio Urucurituba foi vendido ao cidadão Domingos Soares. Com o prestígio que desfrutava junto ao governo, Soares consegue a elevação da Freguesia à Vila através da Lei estadual n° 118, de 27 de abril de 1896, nascendo assim o Município de Urucurituba. A instalação do Município ocorreu em 5 de maio do mesmo ano e teve como seu primeiro superintendente o cidadão Militão Caetano Corrêa.

Um ano depois da instalação é desencadeado um sério conflito político, o que levou a extinção do Município e Vila através da Lei n° 164, de 14 de maio de 1897. Em 5 de março de 1898, pela Lei estadual n°. 212, Urucurituba retoma a condição de Município e Vila.

Os conflitos políticos locais, todavia, não cessaram, motivando desta forma a transferência da sede, através da Lei municipal n°. 38, de 18 de julho de 1901, para a Terra Preta do Tabocal, sendo instalada em 26 de julho do mesmo ano com a denominação Silvério Néri em homenagem ao governador do Estado, sendo presidida a cerimônia pelo capitão Raimundo Lemos Braga. A Lei estadual n°. 350, de 2 de agosto do mesmo ano confirmou e outorgou à categoria de Vila, transferindo também o Termo Judiciário.

Os ânimos políticos não se acalmaram e as lideranças locais através da Lei municipal n°63,de 27 de fevereiro de 1908, retoma a sede mantendo o mesmo nome Silvério Néri ao local primitivo reinstalada em 8 de março pelo superintendente Raimundo Evaristo Araújo.

Após acirrados debates locais foi reivindicada sua primitiva denominação, confirmada pela Lei estadual n°. 660, de 15 de dezembro de 1910 à Vila de Urucurituba.

Naqueles idos já era possível perceber que havia uma certa consciência da opinião local, reconhecendo que o terreno não oferecia condições favoráveis para um possível crescimento urbano. Inúmeros foram os questionamentos, mas nenhum acordo para a mudança da sede para um terreno mais elevado. Mesmo contrariando a idéia de muitos os políticos conseguiram com apoio do governo restabelecer a denominação Silvério Néri e a transferência da sede à Terra Preta do Tabocal através da Lei estadual n°. 1425, de 15 de outubro de 1929. Mas essa Lei de  transferência no governo de Raimundo Afonso de Carvalho não foi cumprida. O pior veio depois quando o governo extinguiu o Município anexando a Itacoatiara através do Ato n°. 33, de 14 de setembro de 1931, Urucurituba foi rebaixada a uma simples Delegacia Municipal de Itacoatiara. Em 2 de junho de 1935, com a reconstitucionalização do Estado o Município de Urucurituba readquiriu sua autonomia.

Em 31 de março de 1938 no governo do Dr. Álvaro Botelho Maia, pelo Decreto Lei n°. 68, a sede do Município foi elevada à categoria de cidade, instalada pelo juiz Dr. Orlando Soares Monteiro em 5 de maio daquele ano.

4                SUPERINTENDENTES

Dantes os municípios assim como Urucurituba notadamente de 1930 até a década de 1940 eram administrados por superintendentes. O superintendente era aquela pessoa indicada por algum político de influência junto ao governo, naturalmente da mesma ala. De posse do nome o governador nomeava-o para o exercício do cargo por tempo determinado e exonerado quando por alguma razão conviesse. Tal cargo político em geral era exercido por um jurista, um oficial da policia, quando não ou em alguns casos, alguém de boa reputação e liderança na comunidade local de preferência um comerciante, um fazendeiro, um dentista ou um rábula.

As atribuições do superintendente eram tanto quanto as do prefeito hoje. Com apenas uma diferença, como já foi mencionado acima. No primeiro caso era nomeado pelo governador. No segundo caso era escolhido pelo povo, isto é, aquele que obtivesse a maioria de votos em eleições livres, para cumprir um mandato de quatro anos ou de acordo com a legislação estabelecida. Pelo que foi percebido Urucurituba desde sua criação, em 27 de abril de 1896, a 1947 foi dirigido por superintendentes assim relacionados até assumir o primeiro prefeito eleito.

 

Militão Caetano Corrêa

Raimundo Evaristo de Araújo

José Ribeiro da Silva

Joaquim José de Araújo

Eliezer da Silva Lima

Tito Botelho

Dr. Orlando Soares Monteiro

Armando Neves

Jader Colares Veras

Ignácio Brito dos Santos

Augusto Pessoa Montenegro.

 

  

5                SEGUNDO MOMENTO: ELEIÇÃO MUNICIPAL

Com o restabelecimento da Democracia no Brasil entende-se que o Município entra no seu segundo momento histórico passando a ser administrado por prefeitos eleitos juntamente com representantes populares à câmara de vereadores a partir de 1947.

 

Antônio Serrão Vital

22.12.1947 a 08.01.1952

Raimundo Nonato Morais

08.01.1952 a 08.01.1956

Arão TávoraTundis

08.01.1956 a 08.01.1960

Raimundo Oliveira Anselmo

08.01.1960 a 12.01.1964

Felix Vital de Almeida

12.01.1964 a 31.01.1969

f....... ..........................................

Arão Távora Tundis

31.01.1969 a 31.01.1973

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Felix Vital de Almeida

31.01.1973 a 31.01.1977

Manoel Antônio Vital

31.01.1977 a 31.01.1983

Alexandre Gomes da Silva

31.01.1983 a 06.01.1987

Fernando Vitalino - Interventor

07.11.1987 a 14.06.1988

José Ivam Rodrigues - Interventor

15.06.1988 a 31.12.1988

Felix Vital de Almeida

01.01.1989 a 21.12.1996

Sildoverio Almeida Tundis

01.01.1993 a 31.23.2000

Salomão de Araújo Silva

01.01.1997 a 31.12.2000

Felix Vital de Almeida

01.01.2001 a 31.12.2004

 

  

1                (VILA DE PEDRAS) ITAPEAÇU

À margem esquerda do paraná do Ramos em meio a uma grande porção de terra-firme e mata bruta, nasce a Vila de Pedras, era assim mais conhecida desde quando lá chegou Francisco Tavares com a mulher e filhos em 15 de outubro de 1914. Tavares abriu os primeiros roçados para cultivar a mandioca, milho, jerimum, assim como dedicou- se ao plantio de cacau e seringa. Em seguida chega também Manoel de Castro, Rômulo Paz e outros que foram povoando o local, uma das ilhas integrantes do arquipélago Tupinambarana.

Com a presença de solo rochoso a vila passou a ser denominada Itapeaçu como bem merece o nome por se tratar de uma palavra de origem tupi formada pêlos vocábulos ITA+= pedra + AÇU = grande.

No final deste trabalho verifica-se alguns vislumbres sobre os antigos moradores nativos da região de Itapeaçu da fase pré luso- espanhola.

Hoje Itapeaçu é uma das vilas muito bem organizadas que se conhece no Paraná do Ramos, tudo isso como resultado de um projeto e investimento do governo estadual em 2001 para 2002 quando foi construído o prédio hospitalar, uma escola, a feira do produtor, pavimentação de ruas, um porto flutuante para embarque e desembarque tudo em estilo padrão e moderno.

  

7. APÊNDICE POLÍTICO

 

Por Lei estadual n° 7 de 13 de abril de 1963, ato do senhor governador Dr. Plínio Ramos Coelho, Urucurituba, perde porção de seu território no Centro e extremo Sul com a criação respectivamente dos municípios de Itapeaçu e Tabocal.

Para prefeito de Itapeaçu foi nomeado o senhor Jorge Vargas, enquanto que para o Município de Tabocal o cidadão Armando Mendonça de Cristo Kettle, investido no cargo de prefeito em 31 de março de 1964.

Não somente Itapeaçu e Tabocal como outras unidades no Amazonas faziam parte de uma leva de municípios criados no segundo governo de Plínio Coelho sob a influência de políticos de base interiorana, inclusive do então deputado Augusto Montenegro líder nessa região.

Com a Revolução Militar e euforia dos novos municípios teve duração efêmera e logo extintos, inclusive a reinstalação de Itapeaçu e Tabocal ao Município de Urucurituba.

8    PERDENDO E GANHANDO TERRITÓRIO

Em 10.12.1981 pela Emenda Constitucional n°. 12, Urucurituba perde parte de seu território em favor do novo Município de Boa Vista do Ramos.

No final da década de 1980, por força de lei, Urucurituba sofre outras mudanças em seu território, ficando a região do paraná do Comprido e ilha do Albano ao Município de Urucará, perdendo também pela margem esquerda do paraná do Ramos para o Município de Boa Vista do Ramos, mas em compensação ganhou ao Sul terras que pertenciam a Maués e Itacoatiara compreendidas entre o lago das Piranhas, Agostinho e cabeceira do lago do Arrozal.

Paisagem típica da flora urucuritubense

Localização:

O Município está situado na Região fisiográfica do Médio Amazonas e limita-se com os municípios de Parintins, Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Itacoatiara, Silves, Itapiranga e Urucará.

Altitude:

16 m acima do nível do mar.

Área territorial:

3.157Km2

Seu clima é quente e superúmido, como o da maioria dos municípios amazonenses.

Os ventos alísios que sopram do atlântico, a alta pluviosidade e a queda de temperatura à noite contribuem para amenizar os rigores do calor, tendo como temperatura média: 27°C.

Distância:

De Urucurituba a capital do Estado, em linha reta 212 km. Por via fluvial, 216 km.

Acidentes Geográficos:

-  Rio Amazonas.

-  Paraná do Ramos.

-  Paraná de Urucurituba.

-  Lago Grande de Urucarazinho.

-  Lago do Arrozal.

-   Ilhas: Apunumã, Ilha Grande, Severino, Ilha do Adão, Banco das Garças.

Riquezas Naturais

A flora: castanha e madeira de lei.

A fauna aquática: variedades de peixes, considerando que o tambaqui e o pirarucu estão em fase de extinção. Quelônios, pouco ou nada resta.

A fauna térricula: veado, porco-do-mato, anta, paca, cotia, capivara, trafegam num caminho só, a extinção.

Produção agropecuária:

Cacau, mandioca e bovinos.

População:

16.727 habitantes, sendo 8.764 do sexo masculino e 7.963 do sexo feminino.

Religião:

O catolicismo é a religião predominante no Município, entretanto há muitas congregações evangélicas na cidade e no interior dentre tantas a Igreja Batista, Igreja Adventista do 7o Dia, Igreja Assembleia de Deus, Igreja Presbiteriana e outras.

Eventos Culturais:

Aniversário do Município - 24 de janeiro.

Festa de Cristo Ressuscitado - Padroeiro da cidade - Na Semana da Páscoa.

Festa do Cacau - Última semana de abril.

Festejos de São José do Operário em maio na vila Augusto Montenegro.

Festa do Divino Espírito Santo - Última semana de julho.

Festa de São Benedito - na ultima semana de julho em Urucurazinho.

Festa do Peixe Liso - na última semana de agosto em Itapeaçu.

Indústrias:

Estaleiro, padaria e oficinas de fabricação de móveis.

6                URUCURITUBA NA DÉCADA DE 1950

Atividades econômicas

O extrativismo vegetal nessa fase era predominado pela extração da castanha-do-pará, sorva, látex, cumaru e óleo de copaíba. Como ponto de referência a economia do Município prendia-se a exploração de peles de animais silvestres, em destaque o couro de capivara, caititu, veado e anfíbios, principalmente o couro de jacaré, a carne salgada desse lagarto, incluindo o peixe liso seco e o pirarucu exportados para o Estado do Pará. A juta foi um dos produtos que muito contribuiu para a economia do Município, superado apenas pelo cacau com o valor de Cr$ 1.400.000,00 de exportação.

A mandioca, a macaxeira, a banana e o tabaco foram os principais produtos cultivados na época.

Nesse período o comércio contava com 73 estabelecimentos varejistas os quais mantinham intercâmbio com a praça de Manaus e

Belém-Pará, comprando estivas em geral e exportando os produtos da flora e da fauna. O gírio de negócios era mantido pelas empresas de navegação Nicolau da Costa & CIA LTDA, Aquidaban LTDA., Oscar Santos LTDA. O maior comércio de aviamento na década de 1950 pertencia ao senhor Raimundo Fernandes Morais na boca do paraná do Jurupari, Antônio Marcos Nayto, de origem japonesa na Boca das Garças, irmãos Olímpio na Boca do Moura e muitos outros.

Aspectos urbanos

Na época a sede municipal contava com 15 logradouros dos quais 3 pavimentados e 4 arborizados, 100 prédios e uma usina elétrica. Um posto de antendimento médico, o SESP- Serviço Especial de Saúde Pública e um enfermeiro.

Rede educacional

Na sede, duas escolas do então Ensino Primário de Ia a 5a série, 29 na Zona Rural.

Manifestações folclóricas e cívicas

Na primeira semana de maio festejos alusivos ao padroeiro São José do Operário. Festas juninas e natalinas. Dia 27 de abril era comemorado o aniversário da criação do município, considerado feriado municipal.

 

7               DINÂMICA DOS PREFEITOS A PARTIR DO SEGUNDO

MOMENTO HISTÓRICO DO MUNICÍPIO.

(1947-1952) Antônio Serrão Vital, notabilizou-se pela construção de um prédio da Delegacia de Policia, três casas residenciais para atender temporariamente funcionários públicos do Estado a serviço do Município. O muro do cemitério em madeira de lei e uma escola rural na Vila do Tabocal.

(1952-1956) Raimundo Nonato Morais, sua administração ficou marcada pelo calçamento das primeiras ruas e apoio financeiro para construção da igreja de São José.

(1956-1960) Arão Távora Tundis. Construção do prédio da Prefeitura, um centro comunitário, estrada Silvério Néri do centro da cidade a baixada do Alambique e o calçamento de várias ruas.

(1960-1964) Raimundo Oliveira Anselmo. Enquanto coletávamos subsídios para montar este trabalho, um certo morador da cidade velha fez referências exóticas sobre o quadriénio desse administrador. Tentando esconder um sorriso irônico apontou: “Bem ali tinha um moirão de piranheira fincado mais de uma braça pró fundo e um metro pra fora da terra onde era amarrado o cabo das embarcações. Todo mundo aqui sabe que essa foi a única realização de Raimundo Anselmo, pouca ou talvez nenhuma vocação teria tido para exercer o cargo de prefeito”. Nessa gestão o município ficou entregue ao abandono, ao esquecimento. A única realização foi a construção do prédio grupo Escolar Licínio José de Araújo, por determinação do então governador Gilberto Mestrinho.

(1964-1969) Felix Vital de Almeida, teve sua administração marcada por um conjunto de realizações partindo da cidade ao interior do Município. Construção da Praça Coronel Araújo, parque infantil Antônio Farias de Almeida, trapiche do porto da cidade, abrigo Coronel Soares, muro de arrimo para dar sustentação à frente da cidade. Mercado Municipal, extensão de energia elétrica até a baixada do Alambique, duas escolas rurais no paraná do Comprido, início do calçamento da estrada Silvério Néri, extensão das ruas da sede, serviço de abastecimento de água, aquisição de um terreno para o prédio do Fórum Judicial, Almoxarifado Municipal, aquisição de três motores de luz, sendo um para a sede do Município, um para a vila de Itapeaçu e o outro que foi negociado com motores menores para atender às vilas de Recreio, Alves, Silva, Tabocal, Santo Antônio do Comprido e São Benedito, foi construída a residência oficial do prefeito municipal, manteve conservada a estrada que liga a cidade ao Paraná do Aicurucaia, incluindo a que liga o rio Amazonas àquele Paraná.

(1969-1973) Arão Távora Tundis e vice Ranulfo Serrão Monteiro, ambos funcionários do Estado. O primeiro, técnico em contabilidade, fazendário, filho de Joaquina Correia da Silva e de Francisco Silvério Tundis, italiano. O vice-prefeito, professor, filho de Antônio da Cunha Monteiro e de Eulália Serrão Monteiro, todos amazonenses. Realizações: Assistência à Zona Rural emprestando apoio aos juticultores, plantadores de roça e a pecuaristas, atendendo- os pessoalmente em suas comunidades. Edificou quatro escolas nas localidades: Paraná do Comprido, Terra Grande e no Paraná do Ramos. Atendendo a solicitação formulada, a 29a CR instalou a Junta de Serviço Militar no Município. Ampliou o sistema de abastecimento d’água, construiu o muro de arrimo de proteção da cidade, isto é, ampliando

o  que fora feito na administração anterior. Pavimentou em concreto a avenida Eduardo Ribeiro, criou o bairro novo, calçou 600 metros da estrada Silvério Néri. Construiu o prédio do Fórum, o muro do cemitério São José, dois alojamentos em alvenaria para professores. Em parceria com a SEDUC foi fundado o ginásio (curso de 5a a 8a série), que passou a funcionar no colégio Licínio José de Araújo. Através de um convênio com a Secretaria de Saúde, construiu a Unidade Sanitária do Município. De 1970 até o fim de seu mandato, Arão Tundis teve sua administração perseguida por grandes enchentes do rio Amazonas. A situação foi constrangedora, ainda assim com todos esses vexames, Tundis soube encarar os enormes prejuízos que gravemente atingira os ribeirinhos, dando toda assistência com o aval do governo enviando ambulância, generos alimentícios e auxílio a moradias improvisadas, com madeiras em geral a população.

(1973-1977) Felix Vital de Almeida, eleito, assume o segundo mandato, tendo como vice-prefeito seu irmão Ambrosio Vital de Almeida, ambos urucuritubenses, Felix com 40 anos e o irmão 49, filhos de Antônio Farias Almeida e Jovelina Vital de Almeida.

Nessa gestão Felix recebe o Município com as finanças um tanto precárias, com registro de débitos. O patrimônio municipal em sua maior parte, prédio e outros bens em estado deteriorante em consequência as sucessivas enchentes grandes do rio Amazonas. Com os recursos próprios do Município, Fundo de Participação e Fundo Rodoviário Nacional conseguiu controlar as despesas, regularizar as finanças e realizar obras relevantes, inclusive a implantação da nova sede de Urucurituba. Com a Lei municipal n° 7 e Decreto n° 10, de junho de 1976 criou e regularizou o Setor de Terras e Produção Agrícola num raio de 20 Km Norte Sul, Leste e Oeste, partindo do centro urbano da cidade nova o que gerou uma receita aos cofres públicos do município com a legitimação de títulos, impostos prediais, territoriais e outros.

 

  1. UMA REFLEXÃO SOBRE A IMPLANTAÇÃO DA NOVA SEDE DE URUCURITUBA.

 

 

Assim como na administração de seu antecessor, Urucurituba continuou sendo castigado pelas grandes cheias do rio Amazonas nos meses de maio e junho, o que trouxe enormes prejuízos à antiga sede municipal, e aos ribeirinhos. Não é desnecessário lembrar que no século XX foram registradas as maiores enchentes do rio Amazonas nos anos de 1922, 1944, 1953 (a maior), 1972, 1973. 1974, 1976, 1982 e 1989 atingindo as cidades localizadas em terreno de pouca elevação, à margem do rio Amazonas e seus afluentes, como no rio Juruá, Tefé, Purus e Madeira cujo volume das águas é mais intenso nos meses de abril e maio.

E sabido que de quatro em quatro anos o leito do rio Amazonas sofre mudanças, desvios, etc., dando origem ao fenômeno da terra caída tão comum em toda a extensão do alto, médio e baixo Amazonas de tal maneira que nem mesmo as margens de terra-firme são capazes de resistir, como aconteceu na cidade de Juruti-Pará na década de 1980, município limítrofe a leste de Parintins. A rua da frente daquela cidade com prédios públicos em alvenaria, prédios de madeira e particulares foram arrastados em levas contínuas em conseqüência à forte erosão que corroera o leito formando um perau profundo à margem do rio naquela cidade. Com a chegada de famílias do nordeste do Brasil e estrangeiros oriundos de Portugal e da Itália, mestiços do baixo Amazonas no final do século XIX e começo do século XX, toda essa gente que se aglomerou no local onde mais tarde seria a sede do Município de Urucurituba, jamais teria imaginado que a pequena cidade seria vítima de consecutivas erosões das águas do rio Amazonas, quer viesse ocorrer em cheia grande ou média. Com as grandes cheias e o desgaste contínuo do terreno da sede do Município, mais violento no começo da década de 1970, tornar-se-ia necessária e urgente a mudança da Prefeitura para uma localidade que pudesse oferecer condições satisfatórias ao desenvolvimento urbano inclusive para servir de abrigo à população

da várzea no período da cheia. As terras da Vila Augusto Montenegro, Urucurituba velho, como é assim chamada a cidade até hoje, cujo local é constituído de massapé, retalhado por baixadas pantanosas de tal maneira que numa cheia volumosa sobra pouco ou praticamente nada de terra-firme. Nestas circunstâncias parte da população atingida se retirar e procurar abrigo em terra-íirme noutros municípios es oito a 12 horas de barco motorizado.

j As grandes inundações de várias cidades à margem do rio •tgípnas e seus afluentes causaram a partir de 1970 transferências ||ffl |e de alguns municípios para terrenos mais elevados como por J’l; ™ :>lo, o Careiro para o lugar denominado Castanho, assim como [ <23 g n! [Io Acre à terra-firme do Pequiá.

Urucurituba um caso especial

^ A mudança da sede de Urucurituba para as terras da costa do

jal já era uma antiga aspiração de muitos moradores que povoaram

|l|| do denominado sítio Urucuri. Após anos e anos sempre que

[jfinto era lembrado, virava alvo de muita polêmica e em certos

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1« :|1 que pareça até hoje esses desencontros podem ser percebidos.

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ro g imento da área onde seria fundada a nova sede do Município. Iffil :into um segmento da sociedade daqueles idos, numa aparente ; J, discordava da transferência da sede para o Tabocal insinuando que tal ato não passava de uma sublimada vaidade pessoal e política

 

do então prefeito da época, que contava com apoio representado por um outro segmento através do Legislativo municipal em sua maioria decisiva que se firmava cada vez mais no seguinte princípio:

  1. Urucurituba não suportava mais sofrer os revezes provocados pela natureza das enchentes e o desgaste da frente da cidade pela terra caída.
  2. Local inadequado para atender o desenvolvimento e expansão urbana.
  3. Com a várzea toda inundada durante as cheias grandes o povo atingido não teria onde se abrigar.
  4. A nova sede seria construída em terra-firme onde pudesse oferecer

as melhores condições para o desenvolvimento e expansão urbana, progresso econômico e social.

  1. O local serviria como ponto estratégico para os agricultores e pecuaristas que trabalham na várzea durante o verão e no inverno ou numa eventual cheia grande teriam onde se abrigar.

8               EXECUÇÃO DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO, CONSTRUÇÃO E MUDANÇA DA SEDE DO MUNICÍPIO.

Mais de quatrocentos homens das comunidades de Santa Cruz, Ponta Grossa, do paraná do Moura, do Raminho, Arrozal, Costa do Amazonas, Agostinho, Tapera e Tabocal, munidos de terçados e machados participaram do desmatamento no local previamente estabelecido onde seria construída a nova sede municipal de Urucurituba. A Festa do Puxirum, assim denominada aconteceu em 27 de outubro de 1973. Nesse mesmo dia se fez presente o governador tenente Coronel João Walter de Andrade com alguns de seus assessores dentre os quais o Secretário de Saúde, Dr. António Ricci, o superintendente da SUPLAN, Dr. Odilon Spinelli, vários prefeitos de municípios vizinhos e o compareci mento que contou com mais de duas mil pessoas.

Com um veemente discurso improvisado, o governador João Walter de Andrade elogiou a iniciativa do prefeito, mas ao mesmo tempo disse que não acreditava no erguimento de uma cidade em selva bruta, citando o fracasso da sede de Boca do Acre e Careiro, onde o governo investira muito dinheiro sem que houvesse resultado promissor. Usando da palavra o prefeito Felix Vital não se intimidou e respondeu ao governador: “Irei em frente, com ajuda ou sem ajuda dos governos maiores, tentarei junto com o povo construir a nova sede do Município, visto que o povo não pode mais ficar persistindo em morar dentro dágua”.

Convencido da precária condição do Município o governador determinou que o ICOTI fizesse o levantamento topográfico, planta da cidade, incluindo leis, normas e projetos de zoneamento para facilitar a implantação da Nova Urucurituba.

A Prefeitura constituiu uma comissão com três membros tendo a frente desse trabalho Alexandre Gomes da Silva que passou a administrar as obras. Mediante o levantamento do ICOTI o governo municipal providenciou em caráter provisório:

Escola, abastecimento d’água, luz e energia, posto de saúde e outros empreendimentos para atender necessidades urgentes. Abriram-se ruas, estabeleceu-se o loteamento dos terrenos destinados à construção de casas residenciais e prédios públicos. Procedeu-se a abertura de acesso à vila de São Sebastião com três mil metros de extensão ligando a nova sede, uma via do centro da sede ao lago do Arrozal com uma extensão de cinco mil metros, uma escadaria de acesso e decida à margem do rio Amazonas. Com o Fundo Rodoviário a prefeitura adquiriu um trator de esteira marca Malves e uma basculante marca Ford para serviços de cargas pesadas.

 

9               TRANSFERENCIA DA SEDE DO MUNICÍPIO

A Câmara Municipal em seção solene decretou a transferência definitiva da Sede Municipal, através da Lei n°. 2/75, de 24 de outubro de 1975, no seu artigo Io. Pelo artigo 2o, essa Lei promove Urucurituba (nova) à categoria de cidade, procedendo o que concerne o artigo 122 da Emenda Constitucional n°. 1, de 30 de setembro de 1970 da Constituição Estadual. No artigo 3o a ex-sede municipal passa a ser denominada de vila Augusto Montenegro. O artigo 4° da mesma Lei Estadual autoriza o Prefeito proceder a mudança dos órgãos administrativos para a nova sede.

O legislativo era representado pelos vereadores Cristóvão Martins Dias, Mariano Ramos de Oliveira, Leôncio da Silva Tundis, Álvaro Vital, Osvaldo Arruda dos Santos, Demócrito Serrão de Araújo e Manoel do Nascimento Almeida. Tendo como presidente do parlamento municipal o vereador Cristóvão Martins Dias.

Em 24 de janeiro de 1976 aconteceu a inauguração da nova sede de Urucurituba, localizada na microrregião Sul do Município no arquipélago Tupinambarana à margem direita do rio Amazonas.

   

10           OUTROS EMPREENDIMENTOS EXECUTADOS PELA PREFEITURA E PARTICIPAÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO. QUADRIÉNIO 31.01.73 A 31.01.77.

 

Foram construídas duas escolas no lago do Arrozal, duas no paraná do Preto, uma no paraná do Moura, recuperação da escola de Terra Grande em Urucurituba e outra na vila Alves. A vila de Itapeaçu foi urbanizada com abertura de dois mil metros de ruas e na mesma vila a instalação de um grupo gerador marca Yamar. Adicionou-se outros empreendimentos como a construção do Monumento Histórico do Município, Órgão Rodoviário, 15,000 m2 destinados ao Cemitério Municipal, área para construção do Estádio Arrudão, a reestruturação do quadro de funcionários e o Serviço de Terras e Produção. Participação do Governo do Estado, gestão Enoch Reis: Construção da usina CELETRAMAZOM, Serviço de Telecomunicação, prédio da Exatoria de Renda e residência do exator, dois mil metros de meio fio, prédio da Prefeitura Municipal e da Escola Estadual Maria Arruda.

 

11           ADMINISTRAÇÕES NO FINAL DO SÉCULO XX E INÍCIO DO SÉCULO XXI.

 

(1977-1983) A administração de Manoel Antônio Vital, Vice- prefeito: Leôncio Tundis, notabilizou-se pela construção do Hospital Silvério Tundis e assistência médica nas comunidades de vila Augusto Montenegro, Itapeaçu através de convênio com a SESAU. Manutenção de escolas no interior supervisionadas pela Secretaria Municipal de Educação. Na sede construiu o prédio onde funcionou a Escola Antônio Libório localizada onde hoje é o garajão. Abrigo municipal ao norte da avenida Arco-íris, Fórum Ari Montinho, aquisição de uma máquina para beneficiamento de arroz, escadaria em concreto na Terra Preta do Limão, construção da praça Vicente Limongi, arborização da Av. Castelo Branco. Manteve equilibrada as finanças do Município passando com saldo positivo ao seu sucessor.

(1983-1987) Alexandre Gomes da Silva, Vice-prefeito: Getúlio de Almeida Pontes, teve sua administração marcada por várias escolas construídas no interior do Município, o prédio da Câmara Municipal, um abrigo no término da estrada do lago do Arrozal, calçamento do cruzamento da Av. Castelo Branco com a Getúlio Vargas, inclusive um abrigo que servia até então, como feira. Arborização da Av. Arco-íris com jambeiros.

Percebendo uma série de irregularidades político-administrativas, a Câmara Municipal acatou uma grave denúncia popular que logo foi encaminhada ao Tribunal de Contas do Estado, o que veio como resultado a intervenção Estadual e o afastamento do executivo municipal Alexandre Gomes Silva. Assumiu como interventor o senhor Fernando Vitalino, de 1987 a 14 de junho de 1988. Em 15 de junho assume o segundo interventor José Ivam Rodrigues até 31.12.88.

(1989-1992) Felix Vital de Almeida, Vice-prefeito: Gerson Castro. Destaque das principais obras: Aquisição de veículos, caçamba, pá mecânica, trator de esteira. Construção do garajão para abrigar veículos, pavimentação em asfalto das ruas Jovelina Vital, Olívia Gomes,

 

Getúlio Vargas e travessas. Poço artesiano no bairro de São Lázaro, aquisição de um prédio na Av. Castelo Branco destinado à Secretaria Municipal de Educação, ponte do bueiro estrada do Arrozal, estrada do Raul, reforma da estrada do Arrozal, ponte do igarapé das Piranhas pela estrada que vai até a comunidade do Agostinho. Furo do Tabocal do rio Amazonas ao lago do Arrozal, abertura do canal do rio Amazonas ao lago do Agostinho para facilitar a entrada e saída de embarcação de médio porte. Estrada de Itapeaçu a Terra Preta do Limão. Ampliação e melhoria da estrada que dá acesso ao Tabocalzinho, reforma da Escola Municipal Nossa Senhora da Conceição - Tabocalzinho. Ampliação (quatro salas e prédio anexo destinado ao pré-escolar) da Escola Maria Arruda convênio com MEC. Um prédio com salas para o Ensino Fundamental na vila Augusto Montenegro. Prédio da Vila Olímpia destinado ao funcionamento de uma escola municipal. Um prédio com (treze) salas para o Ensino Fundamental e Médio construído em sua maior parte com recursos próprios e o restante em parceria com a SEDUC, cuja instituição de ensino recebeu a denominação de: Escola Estadual Armando Kettle, numa homenagem ainda em vida a esse professor distrital.

Abertura de ruas e loteamento para construção de prédios residenciais e conjunto Felislândia, bairro que recebera a denominação São Lázaro, e o Centro Cultural Vicente de Castro localizado entre o Banco Postal e a Telemar.

(1993-1996) Sildovério de Almeida Tundis, Vice-prefeito: Júlio César Perdigão Miquiles, sua administração foi marcada com relevantes realizações, incluindo-se assim a estruturação do quadro de funcionários com abertura de concurso público para professores e cargos afins. Escolas construídas em padrão adequado com residência para professores nas comunidades do interior do Município, inclusive um prédio em alvenaria no término da estrada de acesso ao lago do Arrozal. Poços artesianos foram instalados na sede e no interior do Município. Foi construído o terminal rodoviário na Av. Getúlio Vargas. Aquisição de dois barcos possantes para atender as necessidades de emergência no Município. Reasfaltamento das avenidas Olívia Gomes, Jovelina Vital e travessas. O Município celebrou convênios com órgãos Estadual e Federal para que as instituições de Saúde e Educação e outros empreendimentos no Município não sofressem continuidade.

1997-2000 Com o slogan “Urucurituba não pode parar”, e com o respaldo político de seu antecessor, Salomão de Araújo Silva assume a Prefeitura, Vice prefeito: Mário Cavalcante tendo tudo para conduzir os destinos do Município naquele quadriénio, segundo a opinião pública. Depois diziam que ele não ofendia a ninguém, mas também não fazia nada. Teria construído algumas escolas no interior, inclusive um prédio em madeira na vila do Agostinho. Na sua gestão, com recursos exclusivos do Governo Federal foi construída a Feira do Produtor ao norte da Av. Arco-íris.

Não é proibido recordar

O escasso desempenho da Administração no quadriénio de 1997 a 2000 gerou um farto descontentamento em toda comunidade urucuritubense, o que mobilizou alguns vereadores e a representação de vários partidos políticos que numa só frente arrolaram uma denúncia popular alegando, segundo os denunciantes, inúmeras irregularidades político-administrativas do executivo municipal. Considerado improcedente pela Câmara Municipal, o impechment, caiu por terra.

Episódio gracioso

Desiludidos com a permanência do prefeito no cargo, agora os partidos de oposição tentam converter em parceria a indicação de um eventual nome que seria proposto como candidato ao cargo majoritário nas eleições de 2000. O radicalismo, como é muito natural, dos segmentos partidários, obstruiu o consenso, prevalecendo interesses isolados, o que levou cada grupo político partidário a apresentar candidato próprio, ficando o contexto político rachado em cinco partes. Como não existe 2° turno venceu quem obteve apenas 1/3 da votação. Graças aquele jeitinho da democracia brasileira, ganha também para prefeito e governador quem obtém a minoria de votos numa eleição.

(2001-2004) Felix Vital de Almeida, Vice-prefeito: Gerson Dolzanes Kettle pela 4a vez assume o mandato de prefeito. Realizações: Reforma e ampliação do prédio Vicente de Castro (entre o Banco Postal e a Telemar) transformado em nova sede do Poder Executivo. Em convênio com órgãos da União, do Estado e recursos próprios foi construído o Posto Médico Gerson Kettle, Casa do Idoso, o Centro de Geração de Rendas, escolas, poços artesianos na sede e no interior do Município. Ainda com recursos da União e do Estado em parceria com o Município foi modernizada a iluminação pública respectivamente na avenida Arco-íris e Castelo Branco, urbanização e pavimentação urbana e suburbana, e aquisição de transportes.

Para o quadriénio 2005 a 2008.

Prefeito: Edvaldo de Araújo Silva, Vice: Claodenor Pontes.

 

Reproduzido em partes, com autorização do titular: Profº JOSÉ ALBERTO NEVES para divulgação neste site.

Em: 14/08/2012 – arituzacompart.

Do cacau nada se perde, tudo é aproveitado. Da polpa é feito o vinho, o licor, a geléia e o cacauari.

Da semente, o chocolate, o doce e o óleo. A casca é um execelente adubo.

Cultivado pelos maias e astecas em época distinta, o cacau foi por eles considerado um dos principais produtos destinados ao consumo interno e a comercialização com os estados periféricos que estavam sob o dominio desses dois povos na Meso-América.

Dessa região mexicana, ao longo de séculos ainda distante da conquista ibérica, grupos de agricultores em levas teriam emigrado chegando ao baixo e ao médio Amazonas trazendo consigo o cacau e outros vegetais nobres à região.